A enfermeira na construção do pensamento crítico com escolares: da racionalidade técnica à ação sociocrítica
- Ceolin, Silvana
- Rita Maria Heck Director/a
- José Siles González Director/a
Universidad de defensa: Universitat d'Alacant / Universidad de Alicante
Fecha de defensa: 26 de abril de 2017
- M. Carmen Solano Ruiz Secretario/a
- Antonio Claret García Martínez Vocal
- Dora Lucía Leidens Corrêa de Oliveira Vocal
Tipo: Tesis
Resumen
O objetivo desta investigação foi identificar e compreender os entraves e os potenciais de construção do pensamento crítico a partir de ações educativas de enfermeiras, no contexto da saúde escolar. Para compreender este contexto, optou-se pelo emprego de dois referenciais teóricos: primordialmente, José Siles Gonzáles, com o quadro teórico da Enfermagem Sociocrítica, e, de forma complementar, Habermas, especialmente pelos conceitos de pensamento crítico, ciência, e ação comunicativa. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo realizado com 16 enfermeiras que atuam no Programa Saúde na Escola, vinculado às Estratégias de Saúde da Família de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados foi conduzida em dois momentos: i) entrevista semiestruturada; ii) entrevista grupal. A análise do material foi realizada por meio do Modelo Estrutural Dialéticos dos Cuidados, associada ao programa Atlas/ti 7.1. A partir dos códigos do software, foram criadas três famílias: Unidade Funcional, Marco Funcional e Elemento Funcional. As fragilidades e os obstáculos relatados pelas enfermeiras na condução das práticas educativas – que englobam a elevada carga de atividades na unidade de saúde, a fragilidade na comunicação entre gestão municipal, unidade de saúde e escola, as demandas clínicas e burocráticas do programa e a carência de educação permanente – influenciam negativamente na qualidade do cuidado e dificultam a concretização dos princípios do SUS. O debate coletivo sobre as possíveis estratégias para superação dessa cultura racional e tecnológica dos cuidados destacou a necessidade de investimento em metodologias sociocriticas de educação em saúde, na conformação de parcerias e arranjos intersetoriais, no fortalecimento do diálogo entre os setores da saúde e da educação integrantes do PSE, na qualificação dos profissionais, na reconstrução sobre as concepções de saúde, educação e pensamento crítico e na reflexão coletiva realizada permanentemente. Para além de algumas manifestações que se configuram no reflexo do paradigma racional-tecnológico de enfermagem, esta investigação destaca algumas crenças, conceitos e desejos referidos que revelam a motivação em promover práticas críticas e emancipatórias de enfermagem. A cultura sociocrítica dos cuidados de enfermagem tem o potencial de cuidar dos cidadãos no sentido da emancipação. Significa um cuidado que extrapola a concepção de saúde em seu sentido negativo e restrito e promove um cuidado para a vida, para o sujeito interpretar suas necessidades e buscar soluções, para enfrentar as contradições da sociedade e para participar de decisões políticas.